Ambiente Terrestre

• Na rota da (R)evolução

Da mesma forma que as revoluções industriais possibilitaram o uso de máquinas para facilitar e acelerar os processos produção, também as inovações tecnológicas têm vindo a transformar por completo a nossa vida. 

Parece que podemos usar a tecnologia para resolver "quase tudo"...

Controlar linhas de produção, transporte e distribuição de materiais, nunca foi tão fácil e rápido.

Em poucos minutos e alguns "clicks", é possível comprar praticamente todo o tipo de produtos que possamos imaginar, e fazê-los chegar a nossas casas.

Compramos, usamos, e às vezes nem usamos, e deitamos fora…

• Somos muitos, a consumir muito

Para satisfazer as necessidades básicas da população mundial é necessário à partida dispor de solo, água e ar de qualidade.

Mas a humanidade tem desejos e interesses que vão muito além da sobrevivência.

Queremos usar roupas e acessórios da moda, ter uma casa com aquecida, um carro ou dois para a família se deslocar, um escritório com ar condicionado, viajar para destinos exóticos, importar o último modelo de telemóvel, e por aí fora…

Tudo isso se traduz numa pegada energética que já se tornou incontrolável.

• Fábricas que não dormem e transportes que não param

A intensidade do nosso consumo é diretamente proporcional ao desgaste que damos aos recursos naturais e inversamente proporcional à capacidade do planeta lidar com os resíduos que criamos.

Os oceanos e florestas trabalham no seu limite para nos suportar.

Esgotamos os nossos créditos de Carbono.

O aquecimento global, que em tempos parecia um mito, é hoje um fato indiscutível, e os seus impactos ambientais são visíveis.

A qualidade do ar já é em muitos locais prejudicial para a saúde humana.

Cimeiras globais do clima, acordos internacionais de emissão de gases de efeito de estufa, investigação e aplicação de tecnologia para reduzir os gases poluentes, são algumas das estratégias e medidas reconhecidas mundialmente, com objetivo travar com a máxima urgência os efeitos da poluição atmosférica nas alterações climáticas e na vida do planeta.

• O pão nosso de cada dia

Os resíduos da agricultura e pecuária intensivas, modificam as propriedades físico-químicas do solo, podem torná-lo infértil ou contaminado.

Os contaminantes infiltram-se no solo, podem alcançar os lençóis freáticos ou ser transportados para os rios e afluentes.

São cada vez mais procurados os alimentos produzidos com ingredientes de origem biológica, com uma garantia de cumprimento de boas práticas de cultivo, com respeito pelo ambiente e pela saúde.

• Lixo aos montes

Despejos ilegais de resíduos, como restos de podas, eletrodomésticos estragados, colchões velhos e “entulho” de construção e demolição, são ainda um cenário visível em muitas localidades, quando caminhamos pelos montes que as rodeiam.

Os resíduos inorgânicos permanecem durante anos a degradar a qualidade do solo.

Estes resíduos podem causar incêndios com perda de área florestal, redução de habitat e biodiversidade, empobrecimento do território e da paisagem e agravamento das alterações climáticas.

Sementes ou estacas de resíduos florestais e jardinagem, também podem promover a introdução de espécies invasoras. 

• Lixo a 8.848 metros de altitude!

Até em lugares mais inacessíveis há lixo.

A cada ano são retiradas mais de 5 toneladas de lixo do Monte Everest, trazidas por turistas que se aventuram na sua escalada.

O lixo composto por resíduos de embalagens, excrementos humanos, equipamentos de alpinismo, é deixado para trás na tentativa de chegar ao cume ou retornar ao campo de base, sem maior preocupação com o impacto ambiental.

• E que tal uma (R)evolução natural?

Nos centros de recolha e valorização de resíduos, a parte orgânica é normalmente direcionada para aterro sanitário, o que ocupa grandes extensões de solo, que poderia ser utilizado para outras finalidades.

Apostar em técnicas de transformação dos resíduos orgânicos em composto, permite a sua aplicação nas hortas e jardins, o que já é uma realidade em algumas regiões.

Tudo o resto que não é biodegradável, pode e deve ser separado, encaminhado e reaproveitado.

Partindo do princípio que todo o resíduo tem valor, estamos a dar verdadeiro sentido ao conceito de Economia Circular.